Não há devoto que não tenha o dia 6 de Junho devidamente assinalado. A data é grandiosa, mesmo que, em vez de um preferível album de originais, os Depeche Mode estejam de regresso com "remisturas". Haverá concerteza remixes a desiludir as expectativas e remixes que farão as delícias da grande maioria. Mas independentemente do número de reconstruções que agradem versus o número de reconstruções que desagradem, este disco será sempre um marco, quanto mais não seja pelo facto de marcar o regresso (mesmo que efémero) de Vince Clarke e (sobretudo) de Alan Wilder ao som dos DM, 29 e 17 anos depois de abandonarem a banda, respectivamente.
«In Chains», o lindíssimo tema que abre o mais recente album de originais «Sounds Of The Universe» terá direito a uma nova roupagem assinada pelo "mestre" Wilder. Será por ventura a remistura que maior expectativa tem criado no seio dos fãs. No entanto, é com pena que constatamos que este «Remixes 2: 81-11» estará (mesmo na edição tripla) incompleto. Ou pelo menos mais pobre do que seria suposto. Isto porque, lamentavelmente, há pelo menos uma remistura inédita, cujo estatuto só pode ser, desde já, o de "verdadeira pérola" e que não fará parte do alinhamento do disco que aí vem.
Orgulhosamente, temos o privilégio de vos poder apresentar, em primeiríssima mão, uma soberba remistura que, infelizmente, não constará em «Remixes 2: 81-11». Se há já quase dois anos atrás nos tinha brindado com uma muito bem conseguida remistura de «Peace», desta vez, o produtor português Alex FX não faz por menos e remistura «In Chains». De louvar, desde já, o atrevimento e sobretudo a coragem de se "atirar" à mesmíssima escolha de um "monstro" tão sagrado quanto o é Alan Wilder. Com quase uma dezena de minutos, Alex FX reconstrói «In Chains» com uma mestria muito pouco comum. E para quem conheça minimamente a obra deste produtor, é igualmente espantosa a forma como esta remistura soa a Alex FX, e como ao mesmo tempo não belisca nem a essência nem a magnificiência da versão original.
Atrevo-me a dizer que começa a tornar-se urgente que, num acto de «fé e devoção», apontemos o nome de Alex FX ao gabinete do "patrão" Daniel Miller. Sem mais demoras, deliciem-se e não hesitem em repetir até à exaustão (se é que isso seja possível). Esta remistura estará aqui disponível para audição apenas durante um periodo limitado de tempo.
Desde já, o nosso muito obrigado ao Alex, pela gentileza de nos ceder, em estreia mundial (porque não dizê-lo!) a sua obra prima e sobretudo, por ter sido capaz de recriar de forma tão mágica algo que nos é tão especial: a música dos Depeche Mode!